Artista morreu na madrugada desta terça-feira (21), aos 72 anos, vítima de um câncer. Velório começou em João Pessoa e cadela criada por Pinto do Acordeon saiu da cidade de Patos.
Cadela criada por Pinto do Acordeon viajou de Patos para João Pessoa para velório do cantor — Foto: Mário Aguiar/CBN |
O velório do músico paraibano Pinto do Acordeon começou em João Pessoa na noite desta terça-feira (21) e perdurou na capital até a manhã desta quarta-feira (22). O momento, de muita emoção, foi marcado por muito forró, com direito a sanfona, zabumba e triângulo, homenagens ao cantor e até despedida da cadela do músico, que viajou mais de 300 km para participar do velório.
Pinto do Acordeon morreu durante a madrugada desta terça-feira, aos 72 anos, vítima de um câncer na bexiga, em um hospital de São Paulo. O corpo chegou em João Pessoa, capital paraibana, por volta das 22h desta terça e foi levado para ser velado no Cemitério Parque das Acácias, no bairro José Américo. O corpo saiu de João Pessoa às 10h desta quarta-feira para Patos, no Sertão da Paraíba, onde deve acontecer o sepultamento, no fim da tarde.
Durante a cerimônia, os filhos do cantor se reuniram e cantaram músicas que homenageiam e deixam viva a memória de Pinto do Acordeon, que se popularizou a partir de apresentações que fazia junto à trupe de Luiz Gonzaga.
Um dos filhos, Mô Lima, declarou que "a lágrima está lavando a alma". Lembrou da trajetória do pai, que saiu de uma situação triste e precária, para ganhar o mundo com o forró. "Se painho tivesse aqui, ele diria: 'não é em toda cacimba que cabe essa dor', porque perder uma pessoa como meu pai, não como artista, mas ele era alegre, espontânea, nossa coluna principal. Ele sabia lidar com a piada até na hora do 'aperreio'. Deixou o legado, homem forte", disse Mô Lima.
Pinto do Acordeon deixa seis filhos, sendo quatro homens e duas mulheres, e 23 netos. Alguns deles se reuniram e cantaram e tocaram juntos as músicas "Dom Cristalino" e "Saudade do Gonzagão", sem deixar conter as lágrimas. "Na terra, no ar, no mar, por onde eu andar, vou me lembrar de você", cantaram em coro. Antes de partir, Pinto do Acordeon disse não querer tristeza e, dessa forma, a família honrou o desejo do cantor.
A cadela de Pinto do Acordeon, chamada Pretinha, foi levado de Patos para João Pessoa para se despedir do dono.
Embora o músico estivesse internado desde o mês de janeiro, a morte de Pinto do Acordeon mexeu com o coração dos paraibanos, nordestinos e muitos forrozeiros. Artistas como Elba Ramalho, Flávio José, Antônio Barros e Cecéu e Lucy Alves homenagearam o cantor com declarações.
A viúva de Pinto, Madalena Alves, lembra que o marido pensava em viver muitos anos, cantando e tocando para o povo. "Foi um homem que sempre honrou seus fãs, um carinho especial, um homem que sempre amou a vida de uma maneira para trazer alegria para todos", declarou.
O corpo de Pinto do Acordeon saiu de João Pessoa às 10h em um cortejo com carro aberto, com destino à cidade de Patos. Uma parada está prevista para acontecer em Santa Luzia, município também localizado no Sertão paraibano.
O corpo do músico deve chegar em Patos por volta das 14h, também em cortejo com veículo aberto, que seguirá até o Cemitério Jardim da Paz, localizado na altura do quilômetro 328 da BR-230, na Vila Mariana.
Fonte: G1 Paraíba
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